Descrição do livro:
A brochura de Kautsky A Ditadura do Proletariado, publicada há pouco em Viena, constitui um exemplo
evidentíssimo da mais completa e vergonhosa bancarrota da II Internacional, da qual há muito tempo falam
todos os socialistas honestos de todos os países. A questão da revolução proletária passa agora na prática
para a ordem do dia em toda uma série de países. É por isso necessária a análise dos sofismas próprios de um
renegado e da completa abjuração do marxismo em Kautsky. Mas em primeiro lugar é preciso sublinhar que
quem escreve estas linhas teve que indicar muitas vezes, desde o próprio princípio da guerra, a ruptura de
Kautsky com o marxismo. A isso foi consagrada toda uma série de artigos, publicados em 1914-1916 no
Sotsial-Demokrat1 e na Kommunist2 que se publicavam no estrangeiro. Esses artigos foram reunidos numa
edição do Soviete de Petrogrado: G. Zinóviev e N. Lênin, Contra a Corrente, Petrogrado, 1918 (550 páginas).
Numa brochura publicada em Genebra em 1915 e também traduzida então para alemão e para francês3,
escrevia eu sobre o kautskismo: \”Kautsky, a maior autoridade da II Internacional, constitui um exemplo
extremamente típico e claro de como o reconhecimento verbal do marxismo conduziu, de fato, à sua
transformação em \’struvismo\’ ou em \’brentanismo\’ (isto é, numa doutrina liberal burguesa que reconhece
uma luta \’de classe\’ não revolucionária do proletariado, o que foi expresso com particular clareza pelo
escritor russo Struve e pelo economista alemão Brentano).