Descrição do livro:
Quando a fome e o medo põem em marcha os grilos Anabrus, esses insetos formam densas colunas de até
dez quilômetros que avançam dois quilômetros por dia e são palco de cruéis cenas de canibalismo. Para não
serem devorados, os grilos migratórios constantemente dão coices em quem vem atrás e avançam
incansáveis. A crônica que dá nome ao livro de Fernando Reinach é uma entre dezenas de textos publicados
originalmente no jornal O Estado de S. Paulo entre 2004 e 2009 numa coluna que a cada semana aproxima
mais leitores dos temas científicos.
As crônicas bem-humoradas não deixam dúvida: ciência é para todos. Reinach conta descobertas e enigmas
nas mais diversas áreas da ciência, como dilemas ambientais, a diversidade das florestas, os mistérios do
sexo, a complexidade da mente, a pré-história da arte, os avanços tecnológicos que transformam o corpo
humano e a política que envolve a pesquisa, entre outros temas. A longa marcha dos grilos canibais não traz
respostas prontas. Os textos curtos capturam o leitor, atiçam a curiosidade, divertem e intrigam. Refletem
sobre o que é o ser humano, desde genes e células até próteses robóticas, desde a pré-história até um futuro
próximo. Discutem também qual é o lugar e o papel desse ser humano que domesticou centenas de espécies
de plantas e animais para uso próprio e causou danos profundos no planeta que habita – desmatamento,
zonas mortas nos oceanos, mudanças drásticas no clima -, danos que agora tenta consertar de forma muitas
vezes desastrada. E põem em dúvida certezas que hoje permeiam a sociedade, como a capacidade humana de
agir por livre-arbítrio (será?) e a sustentabilidade dos alimentos orgânicos (que não são necessariamente mais
saudáveis).
Longe de se limitar ao bicho humano, o livro passeia pelas mais diversas manifestações de vida e faz uma
síntese bastante abrangente e esclarecedora da situação da pesquisa científica nos dias de hoje.