Descrição do livro:
A fragmentação e o caos, o Nirvana e o pulsar inescrutável da vida da matéria, a unidade e a metamorfose, o
horror à incompletude e a ataraxia permamente ante as formas que não chegam a ser, a fala paralisada no
molambo da língua, a fatalidade do apodrecimento e a impossibilidade de iludir a Morte, tudo isso e o riso
irônico ante a carne que desmancha e o verme que a devora – eis os acordes que Augusto dos Anjos vai
tirando de sua lira estacionada nas cercanias do novo círculo do inferno, na verdade a entrada que elegeu para
devassar o coração da poesia. De fato o poeta chega a ela numa trajetória que lembra a descida de Dante às
paragens infernais do Letes, como que traduzindo em termos alegóricos, à semelhança da Divina comédia, a
viagem de uma alma inquieta pela obsessão das origens.