Descrição do livro:
Poucos autores de língua inglesa são mais importantes na atualidade do que Ian McEwan. Em quarenta anos
de carreira, ele compôs marcos da literatura contemporânea, como Amor sem fim (1997), Amsterdam (1998) e
Reparação (2001).
Seus livros são conhecidos pela precisão da prosa, pela atmosfera de suspense e estranhamento e também
pelas viradas surpreendentes da trama, que puxam o tapete do leitor ao final do livro.
Nos últimos anos, o traço decisivo de sua literatura tem sido a defesa da racionalidade científica contra os
fundamentalismos religiosos. É esse o embate que está no cerne de A balada de Adam Henry.
A personagem central é Fiona Maye, uma juíza do Tribunal Superior especialista em Direito da Família. Ela é
conhecida pela “imparcialidade divina e inteligência diabólica”, na definição de um colega de magistratura. Mas
seu sucesso profissional esconde fracassos na vida privada. Prestes a completar sessenta anos, ela ainda se
arrepende de não ter tido filhos e vê seu casamento desmoronar.
Assim que seu marido faz as malas e sai de casa, Fiona tem de lidar com o caso de um garoto de dezessete
anos chamado Adam Henry. Ele sofre de leucemia e depende de uma transfusão de sangue para sobreviver.
Seus familiares, contudo, são Testemunhas de Jeová e resistem ao procedimento.
O dilema não se resume à decisão judicial. Como nos demais casos que julga, Fiona argumenta com brilho em
favor do racionalismo e repele os arroubos do fervor religioso. Mas Adam se insinua de modo inesperado na
vida da juíza. Revela-se um garoto culto e sensível e lhe dedica um poema incisivo: “A balada de Adam Henry”.
Os sentimentos despertados pelo garoto a surpreendem e incomodam. A crise doméstica e o envolvimento
emocional com Adam – que oscila entre a maternidade reprimida e o desejo sexual – desarrumam sua
trajetória de vida exemplar, trilhada com disciplina espartana desde a infância.
“Um estudo assombroso sobre o amor em crise e uma mulher madura no limite de suas forças.” – Robert
McCrum, The Observer