Descrição do livro:
A difícil questão para nós é: quanto tempo pode a perversa normalidade de uma ordem socioeconômica e
política antagônica, com sua irreprimível tendência de afirmação global de seu domínio, manter sua dominação
sem destruir a própria humanidade? Esse é o tamanho da montanha que devemos escalar e conquistar.”
Em A montanha que devemos conquistar, o filófoso húngaro Istvan Mészáros aborda um tema que tem
tradição no pensamento marxista: o Estado. Partindo de Platão e Aristóteles e fazendo de Hobbes e,
especialmente, Hegel, seus principais interlocutores, o autor discorre não apenas sobre o Estado e o campo
político em disputa, mas também sobre a sociabilidade capitalista numa época em que o sistema tornou-se
efetivamente global. “As crises do capitalismo recolocaram o papel do Estado no centro do debate teórico. Em
tempos de reflexões acadêmicas minimalistas e ultraespecíficas, István Mészáros emerge como um pensador
fundamental”, afirma Ivana Jinkings, diretora editorial da Boitempo, no prefácio. “Seu trabalho dialoga
criticamente com toda a produção relevante dos últimos 150 anos e navega dos clássicos aos
contemporâneos com rigor e criatividade notáveis”.
Em sete breves capítulos mais introdução e conclusão, Mészáros afirma que o Estado, tal como constituído
historicamente, em vez de resolver, agrava os problemas sociais. O autor discute a possibilidade de novas
formas de organização social, que, segundo ele, necessitam superar os antagonismos enraizados na ordem
social do capital para surgir de modo coordenado e cooperativamente estruturado, desde seus menores meios
de socialização até seus processos abrangentes de tomadas de decisão. A densidade e o alcance de sua
crítica da ordem social vigente representam uma consistente base teórica para a construção de alternativas.
As contribuições de Mészáros para a análise da teoria marxiana da alienação, da crise estrutural do
capitalismo e da dissolução das sociedades soviéticas pós-revolucionárias fazem dele um dos estudiosos
mais importantes do século. Para o jurista e professor de filosofia do direito da USP, Alysson Leandro Mascaro,
que assina o texto das orelhas, “este livro trata de grandes problemas. Isto porque as contradições do
capitalismo contemporâneo já não conseguem mais obter respostas eficientes por parte do Estado. Disso
decorre que não é possível mais ler a política do mesmo modo como a história até os dias atuais a tem
tratado”.
A pedido do autor, A montanha que devemos conquistar traz dois apêndices: o capítulo “Como poderia o
Estado fenecer?”, de Para além do capital, e uma entrevista concedida pelo filósofo à jornalista Eleonora de
Lucena, da Folha de S.Paulo, em 2013.”"