Descrição do livro:
Baladas reúne, num único volume, os três primeiros livros de Hilda Hilst: ´Presságio´, de 1950; ´Balada de Alzira
´, de 1951; ´Balada do Festival´, de 1955. O novo título acentua o gênero poético comum aos três: o da “balada”,
que, embora recubra diferentes formas poéticas, em termos gerais diz respeito ao poema escrito para ser
acompanhado por música, destinado aos bailes e festas; caracteriza-se sobretudo pelo emprego do estribilho,
ainda que em Hilda ele nem sempre apareça, e pela ausência de rigidez no número das estrofes. Em suas
apropriações românticas, a balada foi praticada como gênero lírico-narrativo, com tema predominantemente
popular e lendário, o que tampouco ocorre aqui. Em vez disso, a cena básica é ocupada pelos desejos que, no
início da idade madura, descobrem que não podem ser revelados, metamorfoseando-se então em formas
incompetentes para viver: a vontade de poesia, o agudo pressentimento da morte, o medo da luz, a amizade da
multidão dos fantasmas, a renovação dolorosa das partidas, o silêncio douto dos doidos, as criaturas-livros, os
amados que, ao cabo dos breves delírios noturnos, escolhem as garotas que se mantêm escondidas. Juvenília,
portanto, em pleno direito dos vinte anos.