Descrição do livro:
Semiótica — ótica pela metade? ou Simiótica — estudo dos símios?
Essas são, via de regra, as primeiras traduções, a nível de brincadeira, que
sempre surgem na abordagem da Semiótica. Aí, a gente tenta ser sério e diz: —
"O nome Semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica é
a ciência dos signos.". Contudo, pensando esclarecer, confundimos mais as
coisas, pois nosso interlocutor, com olhar de surpresa, compreende que se está
querendo apenas dar um novo nome para a Astrologia.
Confusão instalada, tentamos desenredar, dizendo: — "Não são os signos do
zodíaco, mas signo, linguagem. A Semiótica é a ciência geral de todas as
linguagens". Mas, assim, ao invés de melhorar, as coisas só pioram, pois que,
então, o interlocutor, desta vez com olhar de cumplicidade — segredo
desvendado —, replica: — "Ah! Agora compreendi. Não se estuda só o
português, mas todas as línguas".
Nesse momento, nós nos damos conta desse primordial, enorme equívoco
que, de saída, já ronda a Semiótica: a confusão entre língua e linguagem. E para
deslindá-la, sabemos que temos de começar as coisas de seus começos, agarrálas pela raiz, caso contrário, tornamo-nos presas de uma rede em cuja tessitura
não nos enredamos e, por não nos termos enredado, não saberemos lê-la, traduzila.
Aqui encontro a função deste pequeno volume sobre Semiótica: juntos
perseguirmos as questões desde seus começos, para que, por fim, cheguemos a
um patamar que torne possível ao meu leitor prosseguir, caso queira, livre no seu
próprio caminho de investigação e de descoberta.