Descrição do livro:
O presente livro pretende delinear uma possível interpretação do behaviorismo radical como teoria da mente, o
que significa, em outros termos, contextualizá-lo no âmbito das discussões da filosofia da mente. Em que
implica, exatamente, essa contextualização? Possivelmente existem muitas diferenças entre o behaviorismo
radical e as teorias que compõem a filosofia da mente, inclusive diferenças de agenda: o primeiro surge como
uma proposta de filosofia da ciência do comportamento, e as segundas foram desenvolvidas para tratar de
questões que permeiam a filosofia desde o seu surgimento entre os gregos. O sentido da presente
contextualização, portanto, é simplesmente o de tratar de alguns temas da filosofia da mente a partir da óptica
behaviorista radical, mas sempre tendo em vista que esse trabalho não esgotará todos os problemas e todas
as questões que formam essa subdivisão da filosofia. Pretende-se neste livro contextualizar o behaviorismo
radical na filosofia da mente por meio de três atividades. A primeira delas consiste em apresentar uma
resposta possível à questão “O que é a mente?” . A segunda delas, por sua vez, demanda o tratamento de outra
questão, a saber, “Qual a natureza da mente?”. À primeira questão subjaz o problema de se delimitar que
coisas ou fenômenos são considerados mentais. Trata-se, portanto, da busca de uma definição conceitual da
mente. Já a segunda questão é endereçada à ontologia do mental, isto é, às características essenciais à sua
existência. Em seu turno, a terceira atividade não possui uma questão específica, mas nem por isso deixa de
ser importante: consiste na análise de algumas teses, problemas e questões apresentadas pelas teorias da
mente através do ponto de vista behaviorista radical. Espera-se que essas atividades representem, ao menos,
um passo em direção à construção de uma teoria behaviorista radical da mente.