Descrição do livro:
Maior sucesso latino-americano em escala mundial desde Gabriel García Márquez, Roberto Bolaño consolidou-se na direção contrária de seu predecessor, apresentando, em lugar da literatura fantástica que notabilizou o
autor de Cem anos de solidão, um realismo cru, de humor sardônico e pessimista. É nessa chave que se
desenrola 2666.
Fiel aos dois principais temas que atravessam toda a obra do autor chileno – violência e literatura -, o livro é
composto de cinco romances, interligados por dois dramas centrais: a busca por um autor recluso e uma série
de assassinatos na fronteira México-Estados Unidos.
A primeira história narra a saga de quatro críticos europeus em busca de Benno von Archimboldi, um escritor
alemão recluso do qual não se conhecem fotos. Na segunda, há a agonia de um professor mexicano às voltas
com seus problemas existenciais. O terceiro romance conta a história de um jornalista esportivo que acaba se
envolvendo com crimes cometidos contra mulheres da cidade de Santa Teresa, no México (ficcionalização de
Ciudad Juárez). Na quarta e mais extensa das partes do livro, os crimes de Santa Teresa são narrados com a
frieza e o distanciamento próprios da linguagem jornalística das páginas policiais. E finalmente, na quinta
história o leitor é conduzido de volta à Segunda Guerra, tornando-se testemunha do passado misterioso de
Benno von Archimboldi.
Apesar do tamanho monumental – a edição espanhola de 2666 tem mais de mil páginas -, a trama enigmática
mantém o leitor em estado de suspensão até as últimas palavras, quando só então o autor oferece a solução
que permite compreender o conjunto do livro.
Recheado de reflexões sobre a natureza do mal, a relação entre cultura e violência e, de quebra, a situação do
intelectual latino-americano, 2666 é um livro inteligente, surpreendente e de leitura fácil. Não por acaso, fez
uma carreira tão assombrosa no contexto da crítica internacional e entrou para o rol dos grandes fenômenos
literários da atualidade.