Descrição do livro:
20 contos apresenta a genealogia de um talento. Das primeiras tentativas, no início dos anos quarenta, quando
já era possível notar o poder de observação e a habilidade para condensar situações em cenas breves, até o
apogeu demonstrado nos últimos trabalhos, pode-se seguir quase cronologicamente a evolução da sua prosa.
A vida de Capote, ela mesmo merecedora de um tratamento ficcional, também serve para traçar paralelos. O
escritor era fascinado pela alta sociedade americana, e ela retribuiu a adoração. Os dois primeiros contos
apresentam essa sociedade com uma certa reverência, enquanto trabalhos tardios, como “Mojave” e “A
pechincha”, traçam um retrato muito mais cru, e provavelmente acurado, daquela classe. Nos últimos contos,
ele se debruça com olhar agridoce sobre a infância, passada numa grande casa cheia de primos e tias no sul
empobrecido do país depois da Depressão. Entre essas duas pontas, transparece um tanto da dureza da vida
de exilados na cidade grande, um bocado de solidão e de corações partidos. Um vasto e magistral desfilar de
ilusões perdidas até o refúgio na infância, nos contos em que Capote mostra a sua melhor forma.